segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Programa da TV Votorantim destaca a história de colônia marcada pelo nazismo

 

Gravação contou com a presença de seu Aloísio Silva, 88 anos, sobrevivente da comunidade - Por: ADIVAL B. PINTO

Notícia publicada na edição de 03/12/2011 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 011 do caderno A
A vida de seu Aloísio Silva, de 88 anos, provavelmente o único sobrevivente de uma colônia marcada pelo nazismo, em Campina do Monte Alegre, foi assunto esta semana do programa Comunidade em Destaque, da TV Votorantim, Canal 10. Conduzida pelo apresentador Nilson Oliveira e pela jornalista Mayara Cruz, a gravação teve a presença do principal responsável pela descoberta de símbolos que denunciam esse passado, o administrador das fazendas Santa Albertina e Cruzeiro do Sul, José Ricardo da Rosa Maciel, o Tatão, 54.

Tatão trouxe tijolos com a suástica e fotos de gados de uma tradicional família, além de documentos dos animais (pedigree). "Foram os porcos que denunciaram a podridão". Referia-se ao chiqueiro, de onde surgiram os primeiros tijolos com a marca nazista. Mas foi somente depois de conhecer o seu Aloísio que montou o quebra-cabeças. Aloísio foi trazido com outros 49 garotos. Todos recrutados num orfanato do Rio de Janeiro para morar, estudar e brincar nas terras dos Rocha Miranda.

Mas numa tese de doutorado defendida este ano, pelo professor Sidney Aguilar Filho, foi comprovado que Aloísio e os outros meninos exerceram trabalho escravo. O conhecido historiador de Campininha, Carmo Gomes, conta que as fazendas eram cercadas por mistérios e a saída dos gados das fazendas para concursos, todos marcados pela suástica, aguçavam mais a curiosidade dos moradores em saber o que se passava. "A meninada estranhava a marca", conta ele.

As terras foram compradas do Brigadeiro Tobias de Aguiar, o fundador de Sorocaba, para a realização de safáris, caças, explica Tatão. No entanto, seu Aloísio revelou que nas terras dos Rocha Miranda eram batizados por números, conforme a altura de cada um, e submetidos ao serviço "bruto" e sem "ordenado". "Eu era o 23", comentou.

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